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Sunday, October 31, 2010

Folhinhas Filatelicas

A folhinha filatélica, ao contrário dos blocos e das folhas miniaturas, não tem valor para franquiamento postal. Sua existência se deve a características especiais, muito pouco filatélicas ou postais.

Angelo Zioni, um dos maiores estudiosos brasileiros do selo e seus assemelhados, definia a folhinha como um pedaço de cartolina de formato variável, tendendo para o cartão postal, na qual, além de legendas e desenhos relacionados com um acontecimento, aplica-se um selo que será obliterado por meio de carimbos ligados ao acontecimento.

As folhinhas surgiram como iniciativa de particulares (clubes ou entidades filatélicas), sem nenhuma relação com os correios embora, às vezes, apresentassem legendas postais. O antigo Departamento dos Correios e Telégrafos (DCT) resolveu autorizar a emissão de algumas destas folhinhas particulares, que passaram a ostentar uma legenda com o nome do departamento. Porém, foram tantos os abusos cometidos que o DCT resolveu abolir o costume e passou, ele mesmo, a emitir as peças, agora chamadas folhinhas oficiais. Nestas, em sua maioria, o selo era impresso no próprio cartão, não sendo necessário colar o selo adesivo.

A primeira folhinha que surgiu no Brasil foi a que comemorava a Semana Pró-Juventude, emitida em 26 de fevereiro de 1940 (RHM A-1). De iniciativa particular e oficializada pelo DCT, a folhinha foi vendida sem os selos, podendo o colecionador colar os mesmos em qualquer ordem dentro dos quatro espaços reservados, criando assim folhinhas diferentes que variavam pela posição dos selos.

Seguiram-se outras como a do Decênio do Governo Vargas, do Centenário dos Olhos de Boi, da Exposição Brapex II, até chegar à primeira folhinha de emissão oficial, comemorando o Centenário do Barão do Rio Branco, em 20 de abril de 1945 (RHM 0-1). Também vendida sem os selos, não havia exigências para que o colecionador usasse apenas um, ou dois, ou três, ou quantos selos quisesse da série de três selos emitidos para comemorar o centenário do chanceler (RHM 197 e A 59/60). Deste modo foram possíveis diversas variantes desta folhinha oficial, que, por este motivo, foi objeto de grande celeuma no meio filatélico da época.

Interrompida em 1946 a emissão de folhinhas oficiais e em 1949 a de autorizadas, voltou o DCT a emitir em 1963, uma folhinha oficial comemorando o Tricentenário dos Correios (RHM 0-12), retornando e estendendo a prática até 1966, quando definitivamente deixaram de ser emitidas as tão controvertidas peças

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