Nascido em Amsterdam no ano de 1921, Karel Appel deixou sua marca no mundo como pintor, artista gráfico, designer, escultor, compositor e poeta. Formado em 1944 pela Academia Real de Belas Artes, ainda em 1948 foi co-fundador de um grupo de jovens artistas experimentais holandeses. A proposta do grupo era romper com o construtivismo europeu dominante, abordando a condição humana no lugar da abstração pictórica. Encabeçado por Appel, Constant e Corneille, o grupo tornou-se internacional com a aproximação de artistas belgas e dinamarqueses como Asger Jorn, dando origem ao coletivo CoBrA (acrônimo de Copenhagen Bruxelas Amsterdam).
Em 1950 Appel muda-se para Paris e passa a expor na capital francesa, junto a artistas como Pollock, Dubuffet e DeKooningin, integrando o grupo Art Informel. Nesse período aproxima-se de poetas e escultores, e realiza obras comissionadas em diversos países. Trabalhando com arquitetos em ambientes públicos e privados, amplia sua experimentação material utilizando técnicas de cerâmica, vidro em relevo, concreto e chumbo.
Na década de 60 divide seu tempo entre Roma e Paris, e passa a integrar objetos a suas pinturas. No começo da década de 70 amplia seu horizonte artístico criando composições musicais junto a Chet Baker, Merrill Snaders e outros músicos norte-americanos. Na década seguinte, trabalha com o escritor José Arquelles e o poeta Allen Ginsberg na criação de uma série de pinturas e poesias visuais que posteriormente fizeram parte da mostra ‘On the Road’, baseada no clássico livro de Jack Kerouac.
Na pintura de cores vibrantes de Appel, o tema mais significativo de sua iconografia pessoal sempre foi a arte folk, mas paisagens também tiveram grande destaque no seu repertório criativo. Por esse motivo, em 1987 recebe a tarefa de produzir para a Opera de Paris o ballet ‘Can We Dance a Landscape?’ em parceria com o dançarino e coreógrafo japonês Min Tanaka.
Pela dimensão de seu trabalho, Karel Appel foi homenageado algumas vezes em emissões postais comemorativas pelo mundo. E por uma interessante coincidência do destino, o último trabalho de Appel foi justamente um selo postal, criado apenas um mês antes de sua morte em maio de 2006. O selo não possui nenhuma legenda tipográfica e apresenta uma ilustração criada especialmente para o projeto.
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